quinta-feira, 23 de abril de 2009

DO APRENDIZ DE POETA AOS ARTISTAS CRISTÃOS - DALVIMAR GALLO

Hoje não quero me dirigir somente aos músicos, mas a todos os artistas cristãos. Aos poetas, aos compositores e autores, a atrizes e atores, a pintores e professores e a tantos que exercem o dom da arte dada por Deus.
Quero me dirigir ao artista que mora dentro de ti. Mesmo que nem você ainda tenha notado isso e deixado aflorar esse dom!
Que a tua arte sirva para fazer o ser humano enxergar humildemente o amor disfarçado em música e vestido de poesia e tantas outras artes.
Que cada frase das tuas canções se torne uma fotografia.
Que bastem duas palavras em uma canção para nascer uma cena de perdão e misericórdia na mente e no coração dos filhos e filhas de Deus.
Que os poetas ensinem.
Que os aprendizes queiram aprender ardentemente.
Tenho certeza que dentro de ti, meu irmão e irmã, encontra-se o poder que Deus te destinou para ser transformado em grandes palavras, melodias, ensinos, obras, enfim, em grandes feitos para a humanidade, exatamente como o sol que fornece vida às flores perfumadas do campo.
Não há música católica no mundo como a música católica do Brasil.
Permite que eu te chame assim então: meu amigo representante da arte celestial.
Alegre-se, pois tu representas a boca da justiça e o livro da vida.
Contente-se, pois tu és a fonte da virtude para os que a buscam.
Em marcha, pois Deus te constituiu para ser o pilar da integridade para aqueles que te seguem.
E se acaso a desgraça te derrotou algumas vezes, saiba que ela é a mesma força que ilumina teu coração e faz elevar tua alma do fosso da zombaria ao trono da admiração.
Meu querido artista de Deus: que tuas canções sejam o amanhecer, entre o adormecimento e o despertar.
Que a tua mais triste canção tenha o poder de suavizar nossos sentimentos.
Que a tua mais alegre canção tenha o poder de cicatrizar nossos corações feridos.
Que tua arte nos faça lembrar sempre que a Divindade é a parte verdadeira do homem. Não pode ser vendida a peso de ouro; nem pode ser acumulada como são as riquezas do mundo de hoje.
Que tua arte, tão rica e tão simples, alerte tantos jovens que se esqueceram de seu Deus e buscam apenas auto-absolvição e prazer.
E se alguma vez chorou, meu artista amigo, saiba que as lágrimas que verteu têm mais pureza que o riso estrondoso daquele que se mostra forte e intocável. Tuas lágrimas contém a doçura que não há na ironia do sardônico.
Que as tuas lágrimas limpem o coração da morbidez do ódio e ensinem o homem a participar da dor dos desvalidos.
Suas lágrimas são as lágrimas do nazareno!
Rezo para que toda a tua arte, todo o teu ensinamento e todo o teu viver já se torne hoje um profundo aprendizado para todos nós. E as gerações futuras aprenderão da riqueza deixada por ti em forma de poesia, arte e vida que a tristeza e a pobreza são nada mais, nada menos que uma profunda lição de amor e igualdade.
A tua melodia tem que ter o poder de tirar o ser humano da mesmice!
A tua harmonia e poesia têm de levar o homem a participar dos salmos de glória e da sabedoria eterna.
Tua arte tem de levar a alma a buscar o significado do mistério que o céu contém.
Quando compuser, amigo poeta, busque saber o que cantam os pássaros e o que sussurram os riachos. E que em tua arte esteja contido o murmurar das ondas que, vagarosa e suavemente, beijam as praias.
A ti eu imploro: nos impressione mostrando em tua arte que tu compreendes o que diz a chuva quando ela cai sobre as folhas das árvores.
Que teus ouvidos de artista possam ouvir o que a brisa confessa às flores do campo.
Que tuas letras, músicos cristãos, nos descrevam o que a alma e a natureza conversam entre si!
Ao meu ver, somente os artistas de Deus possuem o dom de transformar em canção o que a Sabedoria Eterna fala numa linguagem tão misteriosa.
Tua poesia não pode ser uma poesia qualquer; ela tem de ser filha da alma e do amor!
Nenhum poeta descreve melhor o sonho do coração humano como o poeta cristão.
Que tu sejas o inspirador de poetas, de compositores e dos grandes realizadores.
Faça com que a arte sacra seja vinho do coração e que nos faça regozijar num mundo de sonhos.
Que tua obra encoraje guerreiros e fortaleça as almas.
Que o teu viver mostre ao mundo que existe um mar de perdão e de ternura em que podemos mergulhar.
Que tuas melodias nos revelem que existe um lugar onde podemos descansar nossos corações e almas.
E aos músicos, em particular, eu peço: que tua música nos ensine a ver com os ouvidos e a ouvir com os corações.

Do eterno aprendiz de poeta,
Dalvimar Gallo

segunda-feira, 20 de abril de 2009

SONHE OS SONHOS DE DEUS - FLAVINHO (CANÇÃO NOVA)

Sim, posso dizer como o Salmista: “Que maravilha meu Senhor sou eu!“.
Olhando para a minha história de Salvação, vejo que se Deus não tivesse entrado na minha vida no momento exato que entrou, eu teria me perdido e frustrado o plano e o sonho de Deus para mim!

Há mais ou menos 17 anos, um casal de amigos, rezando por mim numa adoração pela madrugada, em Palavra de Ciência, me disse: “Flavinho, a partir de hoje você irá brotar um Canto Novo (uma Canção Nova!!) para o mundo...!!”. Eu me assustei com aquilo, não entendi nada! Não fazia sentido para mim, pois eu nunca imaginava que um dia eu estaria na Canção Nova, cantando e pregando em outros países e levando a Boa Nova do Evangelho através da minha vida e do meu canto para o mundo inteiro. Porém, no íntimo do meu coração, eu sonhava isto... E como Deus vê os nossos corações (I Sm 16, 7), Ele encontrou no meu coração a matéria prima para que pudesse realizar a Sua vontade em mim. O sonho de Deus era o meu sonho!!

Você poderia pensar: “como um cara que já tocou na noite, se prostituiu, tomava todas, tinha uma vida toda errada, pode ser escolhido por Deus para fazer coisas tão maravilhosas?".
A resposta é simples: nós vemos as aparências e fazemos as escolhas a partir de parâmetros e sentimentos humanos. Deus, porém, vê o coração! (I Sm 16, 7)

É de suma importância que você já vá se vendo na minha história, que você vá encontrando similaridades entre a minha história e a história de membros do seu ministério de música.
Não somos nós que nos escolhemos a nós mesmos, nem somos nós que escolhemos os outros para estarem ao nosso lado ministrando a música, quem escolhe é Deus (Jo 15, 16) e Ele escolhe com a expectativa de colher muitos frutos desta escolha amorosa.

Meu irmã(o), não pare nas suas fragilidades, nos seus medos, nas quedas já vividas. Não pare também no julgamento sem misericórdia daqueles que Deus envia para o seu ministério! Saiba que naquela pedra bruta que é você ou aquela pessoa que Deus mandou para o seu ministério de música, existe um lindo diamante a ser lapidado, como eu fui e estou sendo lapidado até hoje (Rm 11, 32)! Lembre-se que Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos!

Não tenha medo de sonhar! Sonhe em Deus!! Com as dificuldades que vivemos em nosso país tão corrupto, com tantas desigualdades sociais, econômicas, nos foi tirado de muitos até mesmo o direito de sonhar... Mas Deus deseja reavivar em nossos corações a partir do Espírito Santo que nos foi dado, que não é um espírito de timidez, mas de valentia (II Tm 1, 7), a alegria e a coragem de sonhar!

Sonhe com realizações grandes em seu ministério, sonhe em ter pessoas ungidas e coerentes com a fé ministrando a música ao seu lado, sonhe em ter os melhores instrumentos musicais para servir a Deus, sonhe com a unidade entre os ministros de música no Brasil, sonhe em gravar um CD maravilhoso e cheio da Unção de Deus, sonhe em ver maravilhas de Deus acontecendo em meio ao seu povo quando você estiver tocando ou cantando, sonhe em levar a Palavra de Deus aos quatro cantos da terra através de sua vida e de sua canção, sonhe com a Santidade. Porém, sonhe tudo isso em Deus!!

Se o seu sonho estiver em concordância com o sonho de Deus, ele já é uma realidade.
Sonhe com um Brasil melhor, mais justo e mais fraterno!
Sonhemos, irmãos, com os olhos e o coração voltados para o céu, mas com os pés firmes nesta terra!
Nos trancos e barrancos da nossa vida, Deus sempre esteve lá, nos amando e nos sustentando!

Coragem!!! O amor vencerá sempre!!
Ame e deixe-se amar!!


Flavinho
Comunidade Canção Nova

sexta-feira, 17 de abril de 2009

MÚSICO: DEIXE-SE CONHECER POR DEUS

Parece meio estranho uma afirmação como esta: deixe-se conhecer por DEUS. Como se DEUS, que sabe de tudo, de todas as coisas do ontem, do hoje e do amanhã não te conhecesse.
Então ELE Não sabe da nossa vida? Claro que SIM. Mas DEUS preza demais a nossa LIBERDADE. DEUS jamais fere a liberdade que ele mesmo nos DEU. Seu amor é tão completo que quando nos ama, nos deixa escolher o caminho a ser seguido. É você quem escolhe o caminho a ser trilhado em sua vida. Suas escolhas dependem de VOCÊ. É ELE Quem dá o talento, por exemplo, mas é VOCÊ quem decide o que fazer com ele. DEUS Só interfere quando você deixa.
Então DEUS nos deixará SOFRER? É incrível, mas tenho que afirmar que SIM, se esta for a sua escolha. Para que DEUS nos conheça a fundo, penetre no mais íntimo do nosso ser, precisamos dizer SIM, SENHOR, PENETRE O MAIS PROFUNDO DA MINHA VIDA.
Ah, irmã(o), DEUS fica de olho pronto para nos conhecer, sua criatura. Não um conhecer humano, mas o conhecimento da autoridade de ser curado. O que é isso: o conhecer de DEUS é diferente do nosso, no caso é como se você disesse CATEGORICAMENTE para DEUS que você O DEIXA te tocar, te curar, te sarar.
O que isso tem haver com o MÚSICO? Muitas, muitas coisas... Até pelos nossos sentimentos de artistas que se afloram na nossas Artes musicais estamos muitos abertos a ações demônicas que são próprias de emoções Afloradas. Vou tentar explicar melhor: nossa sensibilidade é maior por sermos artistas e temos emoções que trabalhamos em nossas canções. Nós as vivenciamos em Nosso dia-a-dia. Muitas vezes não conseguimos equilibrá-las. É impossível você ver um poeta que trabalhas as emoções através das palavras que não tenha estas emoções fortes em Sua vida, nós também temos estas emoções que trabalhamos em nossas canções, portanto as vivenciamos em nossas vidas também.
DEUS precisa ser o Senhor de nossas emoções, ter o inteiro controle para que o inimigo, que conhece bem os músicos, não faça proveito para destruir nossa missão de construir o reino de DEUS aqui na terra por causa de nossas fraquezas.
Para que DEUS controle, você precisa se deixar CONHECER pelo Senhor. Não tenha medo! Confie no Senhor e ele tudo fará em sua vida e no seu MINISTÉRIO.

Cosme (Cantor Católico)

MÚSICA OU INSULTO? VOCÊ MULHER, MERECE RESPEITO!

Eu ando meio inconformado com algumas coisas. É que a modernidade tem trazido mudanças para o comportamento humano que eu creio merecer reflexão. Veja bem você, que uma das principais delas está muito ligada ao mundo da linguagem. Prova disso é o fato de seus pais não entenderem grande parte das expressões que são cotidianas e corriqueiras pra você.
Em outros tempos, quando os poetas e compositores queriam enaltecer as virtudes femininas eles cantavam assim: “Tu és divina e graciosa, estátua majestosa, do amor por Deus esculturada”.
Bela forma de se fazer um elogio a uma mulher, não é mesmo? Pois bem, nos dias de hoje as coisas andam mudadas. Para se falar das mulheres, os compositores que ganham a mídia estão recorrendo ao mundo animal. Cachorra foi o termo que prevaleceu no ano passado. E agora, neste ano viraram éguas. Isto mesmo. Esta é a metáfora que se canta e que se escuta por aí.

Vale a pena pensar!

Eu não sei o que você pensa sobre isso, mas gostaria que você me desse um minuto para eu tentar lhe dizer um pouco do quanto eu tenho ficado indignado com tudo isso. É que na verdade, este lixo musical, que andam vomitando em nossos ouvidos, acaba se configurando como uma afronta ao nosso bom gosto.
Não importa qual seja o seu gosto musical, não se trata disso, mas sim da intenção que esse produto tem ao ser entregue para o consumo.
Numa época em que as mulheres comemoram tantas vitórias, nascidas de corajosas lutas contras as estruturas machistas em que o mundo está solidificado, aparece esta contra-cultura que insiste em banalizar a dignidade humana feminina, comparando-a e rebaixando-a a condição de um animal irracional. É a declarada objetificação do corpo, que reduz a mulher a um bichinho de estimação que está sempre disposto a satisfazer as vontades de seus donos.
Eu não sei o que deveria envergonhar-nos mais, o compositor que oferece-nos considerável pérola, ou o consumidor que prestigia tal iniciativa.
Eu sei que você está absorvido pelas novidades desse tempo. E é bom que esteja. Existem muitas riquezas por aí, mas eu creio que valeria à pena você ficar de olhos bem abertos quando você notar que a cultura oferecida a você estiver subestimando a sua inteligência, ou desconsiderando o seu valor como ser humano.
Ninguém merece ser chamado assim! Não é possível que você seja capaz de trocar os versos com que comecei esta conversa, por estas expressões chulas, tais como: “Minha cadelinha ou minha eguinha pocotó!”.

O que queremos é beleza!

Creio que valeria à pena pensar o por quê deste estilo musical crescer tanto nos dias de hoje. Será que perdemos o referencial do bom gosto e do bom senso? Não podemos negar: o Brasil produz a melhor música do mundo, mas também produz a pior. Os grandes compositores e intérpretes ainda amargam o dissabor de não terem espaço na mídia e de não serem tocados nas rádios. A conseqüência disto é o processo de total desconhecimento de uma fina produção musical que o Brasil tem e que jamais poderá conhecer. Basta andar por este país e verão as riquezas regionais que jamais ganharam espaço no cenário nacional. Quem sai perdendo é a cultura, é a sensibilidade humana que deixa de provar belezas raras que nunca serão descobertas porque estão massacradas pelo poder das patas das éguas e pelos latidos das cachorras.
Mas você pode ajudar a mudar este quadro. Esta péssima produção musical cresce justamente porque existem milhões de consumidores ávidos por este tipo de contra cultura. Não comprar, não ouvir e não divulgar é uma forma de exigir respeito à nossa inteligência e ao nosso desejo sincero de beleza.

Você merece respeito. É só exigir

Pe. Fábio de Melo

quinta-feira, 16 de abril de 2009

FILHOS ANTES QUE ARTISTAS - EUGÊNIO JORGE

Deus nos quer filhos antes que artistas, porque agrada ao Pai ouvir, ver e contemplar as obras que seu filho faz. O bebê quando nasce, embora todo inchado por causa do parto, o pai e a mãe, quando olham para ele, dizem: “Meu Deus, como fui capaz de fazer coisa tão linda!”.
Uma vez que conquistamos o amor de Deus, queremos, através da nossa arte, conquistar muitas outras pessoas para que todos se tornem filhos do Senhor e sejam incluídos nessa feliz realidade de Igreja, de povo de Deus. Somos parte de uma única família. Que todo ser que respira seja capaz de sentir o que traduzimos pela arte, porque ela é fecunda quando é um transbordamento da experiência que tivemos com o Senhor. Lembro-me de que compus uma música na dor, no sofrimento, mas era uma dor que transbordava a graça do Pai. A arte moldada por Ele em nossos corações é fruto do nosso transbordamento, e a partir dessa experiência, outros são arrastados por esta mesma graça. As palavras, seguidas de uma verdadeira experiência com Deus, tocam, verdadeiramente, no coração de muitas pessoas.
Baseado nas passagens do Evangelho de Mc 10,46-52; Lc 5,12-14 e 8, 26-39; verificamos que Jesus veio para curar, libertar e salvar, para incluir as pessoas de volta à vida. O cego Bartimeu era um homem cego há muito tempo e que, por isso, sempre foi deixado à margem da sociedade, considerado uma pessoa sem importância para aquele povo. Todos acreditavam que aquilo era um castigo de Deus. Já a condição dos leprosos era ainda pior, eles eram separados da sociedade, ficavam em grutas preparadas para pessoas impuras. Mas Jesus, em sua infinita misericórdia, cura-os, liberta-os e os inclui novamente na sociedade. Assim, todos os que estão longe retornam para o convívio de seus semelhantes. Jesus veio para salvar a todos e colocá-los na presença do Pai.
Eu sou um desses servos, sou um pecador, mas Jesus veio até mim e colocou os pés sobre a rocha. Se Ele fez isso comigo, agora Ele quer contar comigo para ser um agente incumbido de incluir as pessoas na sociedade, a trazê-las de volta para o reino do Senhor. Jesus pode querer usar você para trazer os rejeitados de volta para suas famílias. Nós podemos ser usados, com nossa arte comprometida, para amenizar o sofrimento dos outros. O Deus que o criou não o salvará sem sua ajuda. Temos muitos testemunhos da cura maravilhosa que Deus fez.
Que a nossa arte possa determinar para onde vai a nossa alma, e que ela, comprometida com o Evangelho, seja pregando, cantando, dançando, pintando ou fazendo televisão, possa determinar o lugar para onde vamos e para onde levaremos tantos que acreditam em nós quando realizamos o nosso trabalho.
Não estamos encarregados de fazer apenas entretenimento, mas a realizar uma arte com os acordes de nossos instrumentos, com nossas vozes, muitas vezes rouca ou desafinada. Estamos encarregados de fazer a obra que Jesus fez e continua fazendo através de pessoas simples e humildes como nós, a trazê-las para o reino de Deus. Afim de que todos possam reclamar ao Pai: “Sonda-me, Senhor, sou seu filho. No Senhor me apoiei e encontrei a minha salvação”.
Em meio às dificuldades da vida, quando o mundo quiser calar a sua voz, reclame a Deus, pois, antes de ser um artista, você é filho d’Ele. Não brinque com seu ministério, porque Jesus, reluzindo, poderá estar ao seu lado, junto de você.

Eugênio Jorge - Mensagem Brasil

MÚSICOS NOVOS PARA UMA MÚSICA NOVA - MONSENHOR JONAS ABIB

Quando, infelizmente, a música popular brasileira, a tão falada MPB, deixou de ser “música”, deixou de ser “brasileira”, ficou apenas “popular” e baixou às raias de ser uma “droga” de altíssimo consumo – droga nos dois sentidos, pois já não vale mais nada e, pior, vicia, forma um bando de drogados, alienados, incultos, manobráveis, consumíveis, descartáveis e distantes de Deus, de tudo que é um pouco mais sério e responsável, em sentido inverso veio crescendo e se impondo com qualidade, nestes últimos 25 anos, a Música católica.
Isso é motivo para dar graças a Deus e parabéns àqueles que fazem a música católica acontecer, cantando, compondo, tocando, gravando, fazendo arranjos… e também gerenciando.
Surgem, do mesmo modo, aqueles que, até pouco tempo, eram discípulos e agora já começam a ser mestres. É mesmo necessário que surjam, pois atrás deles vem um verdadeiro exército que precisa da experiência vivida pelos que já percorreram este caminho e que está disposto a batalhar no campo da música que fala de Deus e leva Deus, concretamente, à vida das pessoas.
A geração de músicos que vem aí será de excelente qualidade, porque os que foram na frente já abriram a picada. Hoje, graças a Deus, a estrada está feita e até pavimentada, mas os que vêm atrás, justamente porque não vão encontrar as dificuldades que enfrentaram os primeiros, precisam ser muito bem disciplinados; do contrário, correm o risco de se perder na estrada larga e fácil.
A música causa uma verdadeira sedução. Corre-se o risco de canalizar toda a vida na música. Na verdade, não é nela que se deve empregar a vida, mas em Deus, e, por causa dEle, investir na evangelização. Ela é um meio excelente para evangelizar, mas é só meio, não pode ser fim, não pode polarizar nossa vida.
Somos ministros de Deus: trabalhamos para Ele no campo vasto e fértil da música, pois as palavras, os ensinamentos, as pregações são muito úteis, mas não são suficientes para nosso aprendizado. Só aprendemos de verdade na oficina da vida. É preciso “fazer oficina” com alguém que já a fez. É preciso enfrentar um discipulado com quem já foi discípulo e hoje pode ser mestre.
Pessoas e comunidades estão surgindo e dando à música católica a contribuição mais necessária hoje: formar discípulos. É assim que teremos, cada vez mais, Músicos Novos para uma Música Nova!

Monsenhor Jonas Abib - Comunidade Canção Nova

CONSTRUINDO PONTES - PE. FÁBIO DE MELO

O termo limite é muito sugestivo. Ele nos coloca naquilo que a gente pode. Quem ama coloca limites. Pai costuma ser mal compreendido quando põe limite. E às vezes tem medo dos filhos. Quando o filho compreende que o limite é para sua felicidade, lhe gera alegria. Cada vez que você se irritar com o ‘sinal fechado’, se lembre que alguém está alegre por encontrar um sinal verde. Precisamos ser criativos. A raiva limita a nossa imaginação. Somos egocêntricos. Somos ligados as nossas necessidades e limites.
O artista é o ser humano que mais condensa defeitos no mundo. Temos limites demais porque temos mil e uma possibilidades. Ele consegue ver o mundo com mais amplitude.
O artista é aquele que consegue retirar o mais simples de todos acontecimentos e revestir de poesia, como ainda não tínhamos possibilidade de fazer. Ele tem o poder de retirar do dia comum, aquilo que a gente não viu. Uma sensibilidade que faz diferença na vida.
Outro dia estava ouvindo Adélia Prado que dizia assim: ‘o poeta, o artista é aquele que consegue retirar a vida da mira do tempo’. O poema é uma forma de resgatar aquilo que não morre mais.
Conheça a fragilidade dos grandes artistas. Você deve conhecer muito compositor católico que mudou a vida de muita gente, mas você olha a vida dele e vê o sofrimento. Mas você não pode negar a obra que Deus faz na sua obra. Onde está o nosso trabalho? Cuidar desse limites que está em nós para que eles não atropelem a arte de Deus que está em nós. É se colocar na necessidade dos retoques diários. Se tenho mais limites, mais cuidados preciso ter. É o aperfeiçoamento da arte que há em você.
Quanto maior a qualidade da sua arte, maiores os defeitos que lhe acompanharão. No momento em que escrevemos, quantos rascunhos se faz? Quanto mais rascunhos, melhor a qualidade da arte. Mas a experiência do rascunho, do limite, gera o aprimoramento.
Precisamos de “pontes” que nos dê segurança. Senão ninguém atravessa. O artista tem que se prestar a viver o ofício de ser ponte. Nós estabelecemos a ponte, o vínculo. Padre tem que viver uma sensibilização artística o tempo todo. Nem precisa escrever música ou poesia. É a capacidade de estabelecer simpatia.
Olha para o Calvário. Se esta cena não fosse descrita com olhos de poeta, não gostaríamos do que vimos. Olhe para aqueles que se encantaram com a beleza de Jesus. Descobriram na Palavra de Jesus um jeito de sanar suas fragilidades e limites.
Confiar na providência é você ter consciência do seu limite. Não chove maná na casa de ninguém. Não vai trabalhar não para você ver. A Canção Nova vive da providência, mas venha ver os bastidores. Estão todos dando o sangue naquilo que podem.
Quanto maior o limite de uma pessoa, maior o número de “assessores” que ela precisa. Nossos limites serão mais bem vividos, a partir do momento que tivermos ao nosso lado pessoas que nos amam. Quanto maior a responsabilidade que você tem, mais a necessidade de gente para pensar com a gente!
Meu maior limite é com fotografia. Parece que cada foto arranca minha alma. Quando eu sou colocado numa situação que coloca meu limite para fora, eu não gosto. Porque gosto de dar o meu melhor.
Quando alguém fala um desaforo para gente, esbarra na nossa ferida. Muitas vezes não gostamos de esbarrar em nossos limites, mas precisamos tocá-los.
A morte de Jesus decepcionou os discípulos. Porque eles não haviam entendido. Voltam à antiga vida, porque perderam a “assessoria” que tinham.Para o artista cristão, o assessor principal é Cristo! Ele que te dá condição de você exercer a arte que você exerce. É a voz Dele que você precisa ouvir, é o exemplo dele que você precisa seguir.
Você experimenta a solidão na sua vida e lamenta a falta de pessoas. Quantas vezes você se perde em você mesmo porque não tem alguém ao seu lado para lhe dizer “faça assim”, “vá por esse caminho”. E o que você mais precisaria, era alguém que olhasse nos seus olhos e lhe ajudasse a tomar a decisão certa.
Se você tem muito mais limites, suas lutas serão maiores também. Os vícios entram na vida do artista quando ele não sabe lidar com os limites que tem. Uma boa música com certeza foi criada quando o artista não sabia dizer a dor que sentia. Se não nascem nas dores, elas não tocam ninguém.
Mas quando você não sabe o que fazer com aquela dor, a melodia vem, a música vem. Artista que não quer sofrer, vai ser um artista infértil. Os defeitos que você tem, estão aí para lhe construir! Não faça uma interpretação negativa dos seus limites. Não os negue. Na hora que você precisar, além de clamar pelos amigos, clame ainda mais pelo Senhor de sua arte!
Artista que não reza, jamais será “ponte” para algum lugar. É Jesus quem socorre nossos limites, e dá sentido. Precisamos da “ponte” que Ele nos dá. E aquilo que Ele nos oferece é o que aprendemos a oferecer também.

Padre Fábio de Melo

MÚSICA NA LITURGIA - LUIZ CARVALHO

“O canto e a música desempenham sua função de sinais de maneira tanto mais significativa por ‘estarem intimamente ligados à ação litúrgica’, segundo três critérios principais: a beleza expressiva da oração, a participação unânime da assembléia nos momentos previstos e o caráter solene da celebração. Participam assim da finalidade das palavras e das ações litúrgicas: a glória de Deus e a santificação dos fiéis” ( CIC- 1157).

Não pretendo fazer aqui um tratado de liturgia, apenas darei algumas dicas sobre a postura do ministério de música em animações litúrgicas, especialmente nas celebrações Eucarísticas.
Na celebração Eucarística, o presidente é o sacerdote; portanto, antes de toda e qualquer celebração, converse com o sacerdote e exponha o que o ministério preparou em unidade com a equipe de liturgia.
Sei de toda a complexidade e até das diferentes interpretações sobre a liturgia que alguns padres dão; em todo caso, vale a máxima: “Quem obedece não peca”. Portanto, consulte o padre e obedeça-lhe.
Se você tiver conhecimento o bastante e abertura com o sacerdote, pode defender dua opinião; o diálogo nos faz crescer. Mas converse em outro momento, não poucos minutos antes do início da celebração.
Na missa, a música deve contribuir ara o engrandecimento e a profundidade dos momentos litúrgicos; por isso, cada música precisa se encaixar com momento certo e acompanhar os tempos litúrgicos.
Missa não é Show!
Não chame a atenção do povo para si ou para seu grupo musical. Na missa, Jesus é o centro.
Não desvie a atenção das pessoas com “caras e bocas” durante a interpretação de uma música, nem na execução de um solo instrumental.
Não converse durante a celebração, escolha antecipadamente as músicas e seu respectivos tons. Se houver extrema necessidade de algum diálogo, faça-o da forma mais discreta possível. Nada mais desagradável do que um ministério se entreolhando com ar desesperado, de “qual a próxima música?” ou “qual o tom?”.
Não use, durante a missa, roupas com cores fortes ou estampadas, a não ser que você seja convocado de surpresa e não tenha condições de se trocar.
Não use, de jeito nenhum, roupas sem mangas, decotadas, transparentes ou bermudas durante a celebração Eucarística.
Escolha os cânticos de acordo com as leituras e tempo litúrgico. Não se pode cantar os Hits, a não ser que se encaixem com o tema da celebração.
Peça aos músicos que toquem de forma harmônica e com um volume que favoreça a oração. Já vi muitas vezes sacerdotes e ate bispos serem “martirizados” pelo alto volume dos instrumentos, inclusive da bateria, montados a menos de um metro de seus ouvidos, em palcos pequenos.
Não use a harmonia mais complicada que vocês sabe tocar. Nas celebrações, precisamos ajudar o povo a rezar as canções. Acordes muito dissonantes não são os mais indicados nessas ocasiões. Cuidado para não fazer das missas uma “Válvula de escape”para seu desejo de tocar no Free Jazz Festival ou no barzinho mais “out” de sua cidade.
Ensaie com o povo antes da missa. Ensine os cânticos novos e motive-os a rezar com eles.
Algumas fórmulas da missa, como o “Cordeiro de Deus”, não podem ser modificados. Estude liturgia! Em liturgia não dá para improvisar.
Não queira ser um ministro de música “garçom”, que apenas serve aos outros o banquete. Participe ativamente de cada momento da celebração, sente-se à mesa. Você também é um “feliz convidado para a ceia do Senhor”.
Se você é animador de música na liturgia, não multiplique as palavras. Não queira fazer uma homilia a cada música, nem queira roubar o papel do comentarista.

Luiz carvalho - Comunidade Recado

A MÚSICA NA LITURGIA DA SANTA MISSA

Muito mais do que falar sobre liturgia e música no aspecto litúrgico, vamos tentar despertar no seu coração o amor pela liturgia.
Temos algumas fontes para que possamos nos aprofundar no tema: Catecismo da Igreja Católica (CIC), a Liturgia diária, o Missal Romano – neles estão a instrução geral e também as direções para a música na liturgia.
No nosso dicionário está escrito: “Liturgia – culto público e oficial instituído por uma Igreja, ritual”. No Catecismo da Igreja Católica – no qual nossa fé é explicada e detalhada, está escrito: “A palavra ‘liturgia’ significa originalmente obra pública, serviço da parte do povo e em favor do povo. Na tradição cristã, ela significa que o povo de Deus toma parte na obra de Deus” (Parágrafo 1069, CIC).
Na maneira de Deus se manifestar existe uma liturgia.
A liturgia nos ajuda a celebrar melhor o mistério de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ela nos faz participar do maior mistério, que é a Santa Missa, a qual tem começo, meio e fim. A Santa Missa é ação de graças por excelência, é a maior das orações. Tudo o que acontece nela - cada resposta, gestos do sacerdote, etc. - quer realizar a nossa santificação e fazer com que vivamos bem esse mistério. Não é só ‘importante’, mas é dever de cada um de nós participar bem da Celebração Eucarística.
A liturgia não serve para nos ‘engessar’, mas sim, para nos fazer mergulhar no mistério, amar e sermos santificados nessa celebração.
Músicos, temos que respeitar a cultura do lugar, da região. Não adianta chegar a uma Santa Missa das 7 da manhã com uma banda inteira.
No número 62 da instrução geral sobre o Missal Romano está escrito assim: “Evitem qualquer tipo de individualismo ou divisão, considerando sempre que todos têm um único Pai nos Céus e por esse motivo são irmãos entre si”. Aqui diz muito daquelas pessoas que rezam muito alto durante a Missa, ou cantam alto, ou rezam adiantadas ou atrasadas em relação aos demais. Isso chama atenção e nos dispersa da liturgia.
Como que vivemos de maneira plena aqui na terra a manifestação da nossa fé? Vivendo a Santa Missa!
Os músicos fazem parte da assembléia de fiéis. Por isso, devem promover a participação ativa dos fiéis no canto e ter atenção no repertório de acordo com quem está na assembleia. Tudo para que a unidade seja vivida.

Trecho da palestra de Márcio Todeschini e Fábio Roniel no Hallel Canção Nova - Módulo de Músicos – sábado - 16/08/08

OS MÚSICOS SÃO ANTES DE TUDO, MINISTROS DO EVANGELHO!

Eu comecei o meu seminário pedindo a Deus, no dia 22 de novembro 1949 – Dia do Músico - que se a música fosse útil para o meu sacerdócio que O Senhor me ajudasse a aprendê-la. Imediatamente os meus superiores do seminário me colocaram no coral, me colocaram na banda, me colocaram para aprender piano. Isso foi resposta de Deus. Eu fui sendo formado músico, e eu não somente compus, não somente cantei, mas regi banda, fanfarra, orquestra e já tive até um grupo de cantores. E tive a graça de fazer orquestração e de dirigir orquestra. Hoje dirijo uma grande orquestra, que é a Canção Nova e isso é um meio de agradecer a Deus pelo dom que Ele me deu e a oportunidade que Ele abriu para mim.
O povo brasileiro é movido à música, se não o levarmos pela música teremos muita dificuldade. Mas por intermédio dela já temos o meio para poder evangelizá-lo. Daí a importância e a responsabilidade de nosso trabalho como músicos de Deus. Antes de tudo somos ministros do Evangelho, nós ministramos a coisa de que mais o nosso povo precisa e está gritando: ‘Queremos ver Jesus’. A nossa música é capaz de fazer esse povo ver o Senhor numa impressionante maneira que talvez eles nem imaginem.
A música tanto pode mexer o melhor ou o pior da gente, depende da música e daquele que apresenta a música. Ela é muito mais que uma semente, e claro toda semente produz aquilo que ela é. Eu não posso plantar abacaxi e colher uvas, eu não posso semear urtiga e querer colher trigo.

“Se alguém quer ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos” (Marcos 9,35b).

Monsenhor Jonas Abib

EVANGELIZAÇÃO ATRAVÉS DA ARTE - ZIZA FERNANDES

Quando penso no papel da arte em minha alma, lembro-me do dia em que ouvi a Deus pela primeira vez, através de uma peça de teatro com mímica, dança e uma trilha sonora belíssima.
Até me lembro de cada detalhe! Foi a beleza daquele momento que me atraiu, me conquistou! Dos artistas não me lembro, mas da arte…
Foram muitas as vezes que a arte, em suas inúmeras expressões, como música, dança, literatura, pintura, provocou mudanças fortes e importantes em minha alma. Senti-me impelida a ser uma pessoa melhor por causa das belezas incontestáveis que meus olhos viram, meus ouvidos ouviram, minha alma leu. Deus já falou-me muito através da arte!
Acredito que um dos papéis da arte, e talvez o mais importante deles, seria provocar em nós esse impacto inicial, isso que senti naquele dia com aquele teatro, agindo sobre nossa consciência diretamente e nos provocando imediatamente uma reflexão, que poderia durar dias, meses ou anos. Um impacto sem uma reflexão acompanhada é vão, vazio, inútil. Que seria daquele dia se eu não tivesse pensado nele? Para onde teria ido minha alma? A força da beleza me segurou. Era a voz de Deus!
Há sempre aquela canção que nos acompanha por anos e cada vez que vamos escutá-la novamente, ela parece nos falar de forma diferente, mesmo depois da reação emocional já ter passado uma vez do seu ponto máximo. Talvez aí tenha chegado o momento da reflexão profunda e comprometedora de não seguirmos mais os mesmos depois de uma verdade conhecida através da arte: verdade conhecida deve ser verdade obedecida! Sem perdas de tempo, pois tempo é vida!
O impacto da arte não deve ser pensado apenas a nível emocional, isso faria dele uma arte superficial e nada modificador. Esse impacto, para ser percebido verdadeiramente, exige tempo e certo distanciamento da alma que o experimenta. É salutar gastar tempo com uma experiência artística. Ver e ouvir, avaliar e ler muitas vezes, deixar cair em terreno profundo e fértil. Dizem que a palavra é contestável, mas a beleza nunca! A beleza é uma força evangelizadora inquestionável.
Quando esse impacto de evangelização é provocado com beleza profunda, com certeza a palavra de Deus contida na arte, que é viva e em movimento, realiza seu trabalho, pois “toda semente que cair na terra, germinará”.
A evangelização através da arte é um desafio para os brasileiros, para que não seja apenas uma experiência emocional que passa. O sentimento engana, a voz do Espírito sim é de confiança! E é essa voz que deve ser proclamada através de todas as expressões artísticas. Isso é evangelizar: dar a boa notícia com beleza incontestável! Se a notícia pode ser questionada, a beleza jamais poderá!

Ziza Fernandes

CARTA DO PAPA JOÃO PAULO II AOS ARTISTAS

O artista, imagem de Deus Criador

1. Ninguém melhor do que vós, artistas, construtores geniais de beleza, pode intuir algo daquele pathos com que Deus, na aurora da criação, contemplou a obra das suas mãos. Infinitas vezes se espelhou um relance daquele sentimento no olhar com que vós — como, aliás, os artistas de todos os tempos —, maravilhados com o arcano poder dos sons e das palavras, das cores e das formas, vos pusestes a admirar a obra nascida do vosso génio artístico, quase sentindo o eco daquele mistério da criação a que Deus, único criador de todas as coisas, de algum modo vos quis associar.
Pareceu-me, por isso, que não havia palavras mais apropriadas do que as do livro do Génesis para começar esta minha Carta para vós, a quem me sinto ligado por experiências dos meus tempos passados e que marcaram indelevelmente a minha vida. Ao escrever-vos, desejo dar continuidade àquele fecundo diálogo da Igreja com os artistas que, em dois mil anos de história, nunca se interrompeu e se prevê ainda rico de futuro no limiar do terceiro milénio.
Na realidade, não se trata de um diálogo ditado apenas por circunstâncias históricas ou motivos utilitários, mas radicado na própria essência tanto da experiência religiosa como da criação artística. A página inicial da Bíblia apresenta-nos Deus quase como o modelo exemplar de toda a pessoa que produz uma obra: no artífice, reflecte-se a sua imagem de Criador. Esta relação é claramente evidenciada na língua polaca, com a semelhança lexical das palavras stwórca (criador) e twórca (artífice).
Qual é a diferença entre « criador » e « artífice »? Quem cria dá o próprio ser, tira algo do nada — ex nihilo sui et subiecti, como se costuma dizer em latim — e isto, em sentido estrito, é um modo de proceder exclusivo do Omnipotente. O artífice, ao contrário, utiliza algo já existente, a que dá forma e significado. Este modo de agir é peculiar do homem enquanto imagem de Deus. Com efeito, depois de ter afirmado que Deus criou o homem e a mulher « à sua imagem » (cf. Gn 1,27), a Bíblia acrescenta que Ele confiou-lhes a tarefa de dominarem a terra (cf. Gn 1,28). Foi no último dia da criação (cf. Gn 1,28-31). Nos dias anteriores, como que marcando o ritmo da evolução cósmica, Javé tinha criado o universo. No final, criou o homem, o fruto mais nobre do seu projecto, a quem submeteu o mundo visível como um campo imenso onde exprimir a sua capacidade inventiva.
Por conseguinte, Deus chamou o homem à existência, dando-lhe a tarefa de ser artífice. Na « criação artística », mais do que em qualquer outra actividade, o homem revela-se como « imagem de Deus », e realiza aquela tarefa, em primeiro lugar plasmando a « matéria » estupenda da sua humanidade e depois exercendo um domínio criativo sobre o universo que o circunda. Com amorosa condescendência, o Artista divino transmite uma centelha da sua sabedoria transcendente ao artista humano, chamando-o a partilhar do seu poder criador. Obviamente é uma participação, que deixa intacta a infinita distância entre o Criador e a criatura, como sublinhava o Cardeal Nicolau Cusano: « A arte criativa, que a alma tem a sorte de albergar, não se identifica com aquela arte por essência que é própria de Deus, mas constitui apenas comunicação e participação dela ».
Por isso, quanto mais consciente está o artista do « dom » que possui, tanto mais se sente impelido a olhar para si mesmo e para a criação inteira com olhos capazes de contemplar e agradecer, elevando a Deus o seu hino de louvor. Só assim é que ele pode compreender-se profundamente a si mesmo e à sua vocação e missão.
A vocação especial do artista
2. Nem todos são chamados a ser artistas, no sentido específico do termo. Mas, segundo a expressão do Génesis, todo o homem recebeu a tarefa de ser artífice da própria vida: de certa forma, deve fazer dela uma obra de arte, uma obra-prima.
É importante notar a distinção entre estas duas vertentes da actividade humana, mas também a sua conexão. A distinção é evidente. De facto, uma coisa é a predisposição pela qual o ser humano é autor dos próprios actos e responsável do seu valor moral, e outra a predisposição pela qual é artista, isto é, sabe agir segundo as exigências da arte, respeitando fielmente as suas regras específicas. Assim, o artista é capaz de produzir objectos, mas isso de per si ainda não indica nada sobre as suas disposições morais. Neste caso, não se trata de plasmar-se a si mesmo, de formar a própria personalidade, mas apenas de fazer frutificar capacidades operativas, dando forma estética às ideias concebidas pela mente.
Mas, se a distinção é fundamental, importante é igualmente a conexão entre as duas predisposições: a moral e a artística. Ambas se condicionam de forma recíproca e profunda. De facto, o artista, quando modela uma obra, exprime-se de tal modo a si mesmo que o resultado constitui um reflexo singular do próprio ser, daquilo que ele é e de como o é. Isto aparece confirmado inúmeras vezes na história da humanidade. De facto, quando o artista plasma uma obra-prima, não dá vida apenas à sua obra, mas, por meio dela, de certo modo manifesta também a própria personalidade. Na arte, encontra uma dimensão nova e um canal estupendo de expressão para o seu crescimento espiritual. Através das obras realizadas, o artista fala e comunica com os outros. Por isso, a História da Arte não é apenas uma história de obras, mas também de homens. As obras de arte falam dos seus autores, dão a conhecer o seu íntimo e revelam o contributo original que eles oferecem à história da cultura.

Papa João Paulo II - 1999

PARA QUE EXISTE O MINISTÉRIO DE MÚSICA?

Não, essa não é uma pergunta tão simples o quanto parece. Interessante notar como temos facilidade em abandonar a idéia original das coisas. É o que acontece quando vamos escrever uma carta. Passamos meia hora discorrendo sobre vários assuntos em uma folha qualquer e, finalmente quando achamos que já está bom e vamos “passar tudo a limpo”, lá vêm chegando novas idéias, novos argumentos... e passamos mais uma hora modificando tudo que estava naquele borrão. No final de tão penosa maratona, o quê temos? Duas cartas totalmente diferentes nas mãos!Aparentemente é isso o que vem acontecendo em relação aos ministérios de música espalhados por todo o Brasil. Temos hoje diversos conceitos, variantes da idéia original, que muitas vezes acabam por ser, como diria o poeta, “o avesso do avesso do avesso” daquilo para o qual fomos criados.Existem pessoas que têm uma visão simplista das coisas: O ministério de música serve para “animar o grupo”. É como se fôssemos um “enfeita-festas", uma espécie de “mascote do grupo” ou algo parecido.Outros preferem encarar o ministério de música de maneira mais “psicológica”. Para estes “isso é só uma fase; logo, logo estes meninos amadurecem e escolhem um ministério mais sério”. Assim, tudo o que a música tenta realizar é encarado como uma mera brincadeira, algo sem futuro mesmo. Outra corrente, mais perigosa, é a dos separatistas. Ministros de música que acreditam firmemente que já não precisam do grupo de oração, que o ministério é auto-suficiente. Estes, se lhes perguntam “- Ei, você é da Renovação Carismática?”, logo respondem (ou pensam em responder) “- Não, eu sou do ministério de música!”. Mas, na realidade, o sonho de Deus é bem diferente. Ele nos resgatou do nada, nos retirou dos abismos de nossa solidão e nos plantou em meio a outros, que também vieram – por quê não dizer? – do fundo do poço e que agora caminham rumo à sua luz. Este é o nosso grupo de oração!Mas nosso Deus é só ternura e seu amor infinito já havia fincado “desde que nos formamos no seio de nossa mãe” um germe de felicidade, um carisma, aquilo que podemos tranqüilamente chamar de “veia artística”. E assim colocamos nossos dons à disposição de seu Doador. É simplesmente isso. Nós somos a canção de nosso grupo de oração entoada aos ouvidos do Pai. Não existe em nós algo superficial, tímido ou apenas mais um “oba-oba”, mas somos profundidade, por quê profundo é o que vivemos na Renovação, em nosso grupo.Perder esse chamado de vista, abrir mão de tamanha graça é, literalmente, tentar construir um edifício sobre a areia... e Jesus já falou uma vez sobre esse tipo de loucura. O ministério (e o ministro) de música que decide caminhar sem grupo de oração está, sem mais palavras, cometendo suicídio.Não há dúvidas de que a RCC começa a viver um novo tempo em nossos dias. E nós, músicos do Senhor, nesse novo tempo somos chamados a respirar o nosso grupo de oração, inflar nossos pulmões com esta dádiva maravilhosa e, quando soprarmos... esta será a nossa música.O povo não precisa de “músicas bonitinhas” ou de “alguém para animar”... o povo precisa de ministros da presença de Deus, guias de oração através do canto, profetas que utilizam sua voz e seus instrumentos como canais para que o próprio Deus lhes fale!Esse é o nosso chamado, para isso fomos criados!Claro, para que consigamos dar conta de nossa missão teremos que nos esforçar bastante... Por isso mesmo é interessante abordarmos aqui um aspecto muito importante de nosso trabalho: a escolha de cânticos apropriados para cada momento do grupo de oração.Em primeiro lugar é importante que lembremos de uma coisa: se nossa missão é levar o povo a ter um encontro pessoal e comunitário com o Senhor, então temos que escutar do próprio Deus o que Ele quer fazer! O processo da escolha de repertório para o grupo de oração deve ter como primeiro critério a Vontade de Deus, algo que só podemos discernir através mesmo da oração e da escuta. O ministério precisa rezar antes de escolher as músicas, precisa sentir para que lado o Senhor vai querer levar o povo naquele dia, precisa “escutar o ruído” do vento do Espírito e deixar-se levar por ele.Em seguida, claro, deve-se partir para o critério prático da escolha, no qual devemos atentar para aspectos como;
1. tema da pregação do dia. Daí a importância capital do entrosamento entre o ministério e a coordenação e o núcleo do grupo de oração. O tema deve ser passado com antecedência para o ministério para que haja tempo para oração, discernimento da música e ensaio.
2. sugestões do pregador que devem ser colhidas não no dia da pregação, mas, de preferência com uma antecedência suficiente para que o ministério se prepare.
3. possibilidades do ministério. Às vezes até temos a idéia de uma música ótima, mas se o ministério não tiver condições ainda de toca-la, o melhor é mesmo escolher uma outra música mais conhecida e com a qual já se tenha “intimidade”.
4. Possibilidades do povo do grupo nem sempre vai dar tempo para o povo aprender uma música nova... então é sempre bom lembrar que a finalidade da música não é gerar um momento bonito no grupo, e, sim, levar as pessoas à oração. Por isso não podemos deixar de lembrar do nosso povo na hora de escolher as músicas.
5. Particularidade de cada momento do grupo. O grupo de oração tem os momentos de animação, de acolhida, de louvor, de interiorização... o ministério precisa estar atento para quais as músicas mais indicadas para cada um desses momentos a fim de não misturar as coisas.
É isso! De resto precisamos apenas ter coragem e ir à luta, pois o Senhor sempre estará conosco!

João Valter Ferreira Filho
Ex-coordenador do Ministério de Música e Artes - RCC Brasil

quarta-feira, 15 de abril de 2009

O LOUVOR NOS GRUPOS DE ORAÇÃO

No primeiro encontro que os responsáveis pela Renovação Carismática tiveram com Paulo VI, o Papa destacou como característica da Renovação: “O gosto por uma oração profunda, pessoal e comunitária, um retorno à contemplação e uma ênfase colocada no louvor a Deus!”
Se há alguma coisas que se pode – em grande escala – creditar à Renovação Carismática na espiritualidade do catolicismo dos úlitmos tempos, essa é, sem dúvidas, o resgate e a prática da oração de louvor, pessoal ou coletivo, espontâneio e inspirado...

Primordialmente, a vocação de nossos grupos de oração é proclamar as maravilhas, a grandeza e o poder de Deus, através da adoração, do louvor, de ação de graças. O louvor em si, é a exaltação, a glorificação de Deus pela sua criatura, que brotam da admiração pelo que Ele é e opera na História da Salvação!
Diz o Pe. Alírio Pedrini que “louvar é elogiar, aplaudir, parabenizar, é falar bem de alguém. É engrandecer e exaltar”. E, falando dos muitos motivos que temos para glorificar a Deus, divide-os em três grupos: “Primeiro você louva a Deus por aquilo que Ele é; depois por aquilo que Ele fez e faz; e, por fim, você louva a Deus por aquilo que Ele lhe fez e faz...”
Falando à Renovação Carismática, na Itália, a 14 de março de 2002, disse João Paulo II: “Faço votos cordiais para que a Renovação no Espírito seja na Igreja uma verdaeira ‘escola’ de oração e de ascese, de virtude e de santidade. De maneira especial continuai a amar e fazer com que se ame a oração de louvor, forma de prece que mais imediatamente reconhece que Deus é Deus: Canta-O por Ele mesmo, glorifica-O pelo que Ele é, antes mesmo do que por aquilo que Ele faz”.
Quando nos reunimos em louvor, estamos, em certo sentido, cumprindo a finalidade para a qual fomos criados. Paulo, falando aso Efésios (C.f1,3-14), nos ensina que fomos eleitos desde antes da criação do mundo (...) e adquiridos para o louvor de Sua Glória. Esse, aliás, foi o primeiro ato da Igreja recém-contemplada com o dom da Promessa do Espírito, em Pentecostes: “Todos nós os ouvimos apregoar, em nossas línguas, as maravilhas de Deus” (At 2,11), disseram os presentes.
Há, na literatura carismática, abundante material a respeito da importância e da prática do louvor. É necessário que os responsáveis por nossas reuniões de oração se emprenhem em permanentemente instruir o nosso povo a respeito desse notalilíssimo componente da identidade carismática. Não se deve ter por suposto que as pessoas que frequentam as reuniões de oração já sabem louvar, e já compreendem o seu valor. É claro que, aprende-se também a louvar pela observação dessa prática na vida dos outros. “Progredir na expressão de louvor é um dom de Deus, mas podemos tomar medidas condizentes para torná-lo mais fácil para Ele no-lo dar”, dizia, nos primórdios da Renovação, Bert Ghezzi, “Não só é conveniente treinar as pessoas em atividades espirituais, como também é não é espiritual deixar de fazê-lo”, complementava ele. Quando instruídos, demonstramos boa vontade em aprender, permitimos ao Senhor que, mais facilmente nos ensine...

Aprendamos a louvar. Ecercitemo-nos no louvor. Afinal, parece ser esse – segundo agostinho – o nosso futuro eterno: “Como será instensa aquela felicidade, onde não haverá nenhum mal, onde não faltará nenhum bem, e onde não faremos outra coisa senão louvar a Deus, que será tudo para todos.” (A cidade de Deus, XXII,30,1)

Reinaldo B. Reis
Membro do Conselho Internacional da RCC - Fonte: Rcc Brasil

AGENDA 2009 - MÚSICA E ARTES - LONDRINA

15/02 – Manhã de Oração e Formação “Um dia em Tua casa”
Local: Paróquia Nossa Senhora de Fátima – Horário das 08h00m às 12h00m

26/04 – Manhã de Oração e Formação “Decanato Oeste”
Local: Salão Paróquia São José Operário – Jd Leonor – Horário das 08h00m às 12h00m

26/04 – Manhã de Oração e Formação “Decanato Cambe”
Local: A definir

23 e 24/05 – Encontro Arquidiocesano Música e Artes (Rodrigo Ferreria e Missão Louvor e Glória)
Local: Colégio José de Anchieta – Sábado das 13h30m às 19h30m e Domingo das 08h00 às 13h00m

21/06 – Tarde de Oração e Formação “Decanato Centro”
Local: Paróquia São Vicente de Paulo – Horário das 14h00m às 18h00m

12/07 – Hallel Londrina
Local: Parque de Exposições Governador Ney Braga

18 e 19/07 – Encontro Provincial para Teatro e Dança
Local: Colégio José de Anchieta

20/09 – 1º Femucat – Festival de Música Católica
Local: Teatro Pe. José Zanelli – Ibiporã – Horário das 08h00m às 17h30m

22/11 – Dia de Oração e Formação “Um dia em Tua casa”
Local: Colégio José de Anchieta – Horário das 08h00m às 16h00m

13/12 – Lançamento do CD “Um dia em Tua casa” RCC Londrina
Local: A definir

JOÃO PAULO II - PRECISAMOS DE SANTOS...

Dia 2 de Abril fazemos memória a uma pessoa que viveu em nosso tempo mostrando que é possível sim viver e se entregar pela missão de Cristo. O Papa João Paulo II deixou um exemplo de vida muito grande, foi amigo dos jovens e um santo servo de Cristo e da Igreja.Por isso queremos nos unir aos Jovens de todo o mundo neste dia e fazer de nossa vida assim como escreveu João Paulo certa vez:


Precisamos de Santos sem véu ou batina.Precisamos de Santos de calças jeans e tênis.Precisamos de Santos que vão ao cinema, ouvem música e passeiam com os amigos.Precisamos de Santos que coloquem Deus em primeiro lugar, mas que se “lascam” na faculdade.Precisamos de Santos que tenham tempo todo dia para rezar e que saibam namorar na pureza e castidade, ou que consagrem sua castidade.Precisamos de Santos modernos, santos do século XXI, com uma espiritualidade inserida em nosso tempo.Precisamos de Santos comprometidos com os pobres e as necessárias mudanças sociais.Precisamos de Santos que vivam no mundo, se santifiquem no mundo, que não tenham medo de viver no mundo.Precisamos de Santos que bebam coca-cola e comam hot dog, que usem jeans, que sejam internautas, que escutem disc man.Precisamos de Santos que amem apaixonadamente a Eucaristia e que não tenham vergonha de tomar um refri ou comer uma pizza no fim de semana com os amigos.Precisamos de Santos que gostem de cinema, de teatro, de música, de dança, de esporte.Precisamos de Santos sociáveis, abertos, normais, amigos, alegres, companheiros.Precisamos de Santos que estejam no mundo; e saibam saborear as coisas puras e boas do mundo, mas que não sejam mundanos”.

(João Paulo II) Precisamos de Santos...

COORDENADORES MÚSICA E ARTES

Coordenadora Nacional: Juliane Morigi
artes@rccbrasil.org.br



Coordenadora Estadual: Cláudia Pechin
claudia_pechin@yahoo.com.br



Coordenador Arquidiocesano: Alessandro Fanela
guitar_alessandro@hotmail.com

HISTÓRIA DE SANTA CECÍLIA - PADROEIRA DOS MÚSICOS

Santa Cecília é uma santa católica, padroeira dos músicos. Não se tem muitas informações sobre a vida de Santa Cecília. É provável que tenha sido martirizada entre 176 e 180, sob o império de Marco Aurélio. Escavações arqueológicas não deixam dúvidas sobre a sua existência.
Segundo a Paixão de Santa Cecília, escrita no século V, Cecília seria da nobre família romana dos Metelos, filha de senador romano e cristã desde a infância.
Os pais de Cecília, sem que a filha soubesse, prometeram-na em casamento a um jovem patrício romano, chamado Valeriano. Se bem que tivesse alegado os motivos que a levavam a não aceitar este contrato, a vontade dos pais se impôs de maneira a tornar-lhe inútil qualquer resistência. Assim se marcaria o dia do casamento e tudo estava preparado para a grande cerimônia.
Da alegria geral que estampava nos rostos de todos, só Cecília fazia exceção. A túnica dourada e alvejante peplo que vestia não deixavam adivinhar que por baixo existia o cilício, e no coração lhe reinasse a tristeza.
Estando só com o noivo, disse-lhe Cecília com toda a amabilidade e não menos firmeza: “Valeriano, acho-me sob a proteção direta de um Anjo que me defende e guarda minha virgindade. Não queiras, portanto, fazer coisa alguma contra mim, o que provocaria a ira de Deus contra ti”. A estas palavras, incompreensíveis para um pagão, Cecília fez seguir a declaração de ser cristã e obrigada por um voto que tinha feito a Deus de guardar a pureza virginal.
Disse-lhe mais: que a fidelidade ao voto trazia a bênção, a violação, porém, o castigo de Deus. Valeriano vivamente impressionado com as declarações da noiva, respeitou-lhe a virgindade, converteu-se e recebeu o batismo naquela mesma noite. Valeriano relatou ao irmão Tibúrcio o que tinha passado e conseguiu que também este se tornasse cristão.
Turcius Almachius, prefeito de Roma, teve conhecimento da conversão do dois irmãos. Citou-os perante o tribunal e exigiu peremptoriamente que abandonassem, sob pena de morte, a religião que tinham abraçado. Diante da formal recusa, foram condenados à morte e decapitados.
Também Cecília teve de comparecer na presença do irredutível juiz. Antes de mais nada, foi intimada a revelar onde se achavam escondidos os tesouros dos dois sentenciados. Cecília respondeu-lhe que os sabia bem guardados, sem deixar perceber ao tirano que já tinham achado o destino nas mãos dos pobres. Almachius, mais tarde, cientificado deste fato, enfureceu-se extraordinariamente e ordenou que Cecília fosse levada ao templo e obrigada a render homenagens aos deuses.
De fato foi conduzida ao lugar determinado, mas com tanta convicção falou aos soldados da beleza da religião de Cristo, que estes se declararam a seu favor, e prometeram abandonar o culto dos deuses.
Almachius, vendo novamente frustrado seu estratagema, deu ordem para que Cecília fosse trancada na instalação balneária do seu próprio palacete e asfixiada pelos vapores d’água. Cecília experimentou uma proteção divina extraordinária e embora a temperatura tivesse sido elevada a ponto de tornar-se intolerável, a serva de Cristo nada sofreu. Segundo outros, a Santa foi metida em um banho de água fervente do qual teria saído ilesa.
Almachius recorreu, então, à pena capital. Três golpes vibrou o algoz sem conseguir separar a cabeça do tronco. Cecília, mortalmente ferida, caiu por terra e ficou três dias nesta posição. Aos cristãos que a vinham visitar, dava bons e caridosos conselhos. Ao Papa entregara todos os bens, com o pedido de distribuí-los entre os pobres. Outro pedido fora o de transformar a sua casa em igreja, o que se fez logo depois de sua morte. Foi enterrada na Catacumba de São Calisto.
As diversas invasões dos godos e lombardos fizeram com que os Papas resolvessem a transladação de muitas relíquias de santos para igrejas de Roma. O corpo de Santa Cecília ficou muito tempo escondido, sem que lhe soubessem o jazigo.
Uma aparição da Santa ao Papa Pascoal I (817-824) trouxe luz sobre este ponto. Achou-se o caixão de cipreste que guardava as relíquias. O corpo foi encontrado intacto e na mesma posição em que tinha sido enterrado. O esquife foi achado em um ataúde de mármore e depositado no altar de Santa Cecília. Ao lado da Santa acharam seu repouso os corpos de Valeriano, Tibúrcio e Máximo.
Em 1599, por ordem do Cardeal Sfondrati, foi aberto o túmulo de Santa Cecília e o corpo encontrado ainda na mesma posição descrita pelo papa Pascoal. O escultor Stefano Maderno que assim o viu, reproduziu em finíssimo mármore, em tamanho natural, a sua imagem.
A Igreja ocidental, como a oriental, tem grande veneração pela Mártir, cujo nome figura no cânon da santa Missa. O ofício de sua festa traz como antífona um tópico das atas do martírio de Santa Cecília, as quais afirmam que a Santa, nos festejos do casamento, ouvindo o som dos instrumentos musicais, teria elevado o coração a Deus nestas piedosas aspirações: “Senhor, guardai sem mancha meu corpo e minha alma, para que não seja confundida”.
Desde o século XV, Santa Cecília é considerada padroeira da música sacra e dos músicos. Sua festa é celebrada no dia 22 de novembro, dia da música e dos músicos.


ORAÇÃO À SANTA CECÍLIA
Ó gloriosa Santa Cecília, apóstola da caridade e espelho de pureza. Por aquela fé esclarecida, com que afrontastes os enganosos deleites do mundo pagão, alcançai-nos o amoroso conhecimento das verdades cristãs, para que conformemos a nossa vida com a santa lei de Deus e da Igreja. Revestinos de inviolável confiança na misericórdia de Deus, pelos merecimentos infinitos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Dilatai o nosso coração para que, abrasados do amor de Deus, não nos desviemos jamais da salvação eterna. Gloriosa padroeira nossa, que os vossos exemplos de fé e de virtude sejam para todos nós um brado de alerta para que estejamos sempre atentos à vontade de Deus na prosperidade como nas provações, no caminho do céu e na salvação eterna. Amém!


Santa Cecília, rogai por nós!

A POSTURA DO MÚSICO - KARLA FIORAVANTE

Inicialmente ao falar de postura é preciso avaliar locais, situações, ocasiões. A palavra significa posição do corpo ou parte dele; atitude. Logo, podemos ir além da postura e falar de comportamento que vem a ser o conjunto de reações de um indivíduo.
Habitualmente o que se espera de um ministro de música na igreja é que tenha um comportamento adequado e um movimento de acordo com o ambiente em que está; incluindo bom senso principalmente.
É um tanto complexo falar de posturas e comportamentos, pois se questiona o que é certo e errado, conceitos chegam às pessoas como julgamentos. Não é esse o objetivo desse artigo. Na verdade é apenas para relembrar que é preciso ter uma postura nas celebrações. Lembrar que servimos a Deus, e a igreja é um local sagrado que exige respeito, silêncio, atenção, levar o povo a rezar, celebrar com os momentos de festa, enfim ser instrumento para Aquele que nos colocamos a serviço. Isso inclui um comprometimento, não apenas nos finais de semana, ou durante a celebração, mas está no agir diário de ser cristão em qualquer local e situação.
Durante as celebrações, é bom lembrar, inclusive, que o ministro de música canta com a comunidade e não para a comunidade, o que temos aí uma diferença. O músico, neste caso, tem como missão levar as pessoas a celebrarem e não assistirem uma apresentação musical. Aliás, podemos citar muitas paróquias em que o grupo de canto apenas canta para si mesmo, e a comunidade só assiste. No caso da Santa Missa, o centro é o Cristo, os animadores devem partilhar da canção com povo. Se os cânticos forem novos, ensaiar com a comunidade antes da celebração seria uma boa idéia, mas não cantarem apenas músicas conhecidas por eles (os músicos) e deixar o povo apenas de expectadores/ouvintes.
Algo de suma importância é um bom diálogo com o celebrante, o padre! O sacerdote deve saber as partes da liturgia que foram preparadas para serem cantadas (Glória, Salmo, Santo, Pai-Nosso, Cordeiro), saber os cânticos escolhidos (Entrada, Oferenda, Comunhão, Final) e certamente tais cantos devem estar de acordo com o rito do dia.
Há um grande número de jovens participando de grupos de cânticos nas missas, é belo vê-los presente, mocinhas, rapazes, é nossa igreja amanhã, pais e mães em um futuro próximo, porém esse é o momento de catequizá-los. Deixar os chicletes, blusinhas curtas, decotes, transparências e shorts curtinhos para outros ambientes. Convenhamos que não seja a melhor opção em uma celebração Eucarística e dentro de uma igreja.
Outro detalhe que é necessário citar é a altura dos instrumentos musicais nas celebrações, às vezes estão tão alto que não se escuta letra, o grupo e a comunidade. Instrumento é acompanhamento na celebração. Deve-se ter bom senso quanto a isso, não adianta muito barulho onde se celebra a palavra cantada.
Vale lembrar que conversas paralelas durante a celebração, mesmo que sejam sobre as músicas escolhidas, tons, etc., não é correto. Uma boa dica é marcar um dia e horário para discutir sobre as leituras, os cantos apropriados e os tons das canções. Na hora da celebração certamente não é o mais coerente. No caso de uma extrema necessidade, usar de discrição seria o mais viável.
Durante a execução dos cantos, também existe uma forma de se portar. A postura de nosso corpo deve estar de acordo com aquilo que se canta. A expressividade é um todo. Além das técnicas aplicadas ao canto, também é importante observar como se apresentar, como transparecer nossa essência, como sorrir e respondemos a essa expressividade. Ao cantar, os olhos, o corpo, a face corresponde ao que a música representa em nós e procura-se através das canções levarem pessoas a Deus!
“A harmonia dos sinais (canto, música, palavras e ações) é aqui mais expressiva e fecunda por exprimir-se na riqueza cultural própria do povo de Deus que celebra”. CIC 1158
Colocar um dom à disposição da igreja é colocar sua vida em serviço. Que saibamos estar inteiros em nossa missão, fazendo de nossa música uma música voltada para o Cristo e levando nossos irmãos a celebrar em harmonia com nossa expressão.

Karla Fioravante
karla.fioravante@terra.com.br
Cantores de Deus- São Paulo-SP

XV CONGRESSO ESTADUAL DA RCC PARANÁ

Data: 01, 02 e 03 de maio de 2009
Local: Centro de Eventos - Londrina/PR
Rodovia Mabio Palhano Gonçalves - Atrás do Shopping Catuaí
Maiores informações: (43) 3324-6486

Inscrições disponíveis pelo site da RCC PR (www.rccpr.com.br/congresso2009
Elas se encerram no dia 27/04.
A partir desta data, somente poderão ser feitas no dia do evento. R$ 30 até o dia 17/04 e R$ 40 do dia 18/04 até o dia 27/04
É OBRIGATÓRIO QUE CADA ENCONTRISTA DE OUTRA DIOCESE TRAGA SEU COLCHÃO

Tema: "Enchei-vos do Espírito Santo" (Efésios 5, 18b)

O encontro será conduzido pelo padre Adilson (Pernambuco), com as presenças confirmadas do atual presidente da RCC PR, Luiz César Martins, do ex-presidente da RCC PR, Onazir Conceição, do membro do Conselho Nacional da RCC Brasil, Ironi Spuldaro, e do presidente da RCC BR, Marcos Volcan, além da argentina Maria Elena.

LINK para as INSCRIÇÕES: http://www.rcclondrina.com.br/congresso/inscricoes_congresso.php

VÍDEOS de convite ao Congresso Estadual da RCC PR:Sonia Secco: http://www.youtube.com/watch?v=qswo-qhBoC8Amauri Bisterso: http://www.youtube.com/watch?v=4auJhyVGZywOnazir Conceição: http://www.youtube.com/watch?v=Az31CFSFAcc

ENCONTRO ARQUIDIOCESANO DE MÚSICA E ARTES

Presença de RODRIGO FERREIRA e MISSÃO LOUVOR E GLÓRIA - Marília/SP

Dia 23/05 - Sábado das 13h30m às 19h30m
Dia 24/05 - Domingo das 08h00m às 13h00m

Local: Colégio José de Anchieta - Londrina
R: Riachuelo, 89 - esquina com Av. Higienópolis

Valor: 15,00 - até o dia 15 de maio
após esta data será cobrado 20,00 no dia do evento.

Informações:
43 9128-9197 Alessandro Fanela
guitar_alessandro@hotmail.com
http://www.rcclondrina.com.br/
http://www.louvoregloria.com.br/

As fichas estão disponíbilizadas no Site da RCC Londrina: http://www.rcclondrina.com.br/
Devem ser preenchidas e entregues o quanto antes no Escritório da RCC Londrina
Av. Paraná, 465 - 4º andar - Sala 405 - Prédio do Banco Santander

VAGAS LIMITADAS!!!!!

MINISTÉRIO DE MÚSICA E ARTES

O Ministério de Música e Artes da Renovação Carismática Católica é um serviço através dos dons e talentos artísticos que Deus concede a algumas pessoas,cujo lugar prioritário de atuação é o grupo de oração. A música é parte característica e indispensável às reuniões de oração da RCC; é como a ponta de uma lança abrindo, "rasgando" o coração, para que o restante (a palavra, a graça e o amor de Deus) penetrem no coração dos participantes. "A música chega onde as palavras não chegam."Muitos irmãos e irmãs se sentem tocados por essa ou por aquela canção, achegando-se a Deus, levado, arrastado ou impulsionado pela música que o fez sentir-se tão amado, tocado e curado pela mão do Senhor. Também fazem parte deste Ministério o teatro e a dança, expressões artísticas também capazes de tocar no mais íntimo e profundo da alma. Toda arte é feita de sensibilidade, capaz de derreter as "geleiras" do coração humano.

Coordenação Arquidiocesana
Alessandro Fanela
Fone: (43) 9128-9197e-mail: http://br.mc656.mail.yahoo.com/mc/compose?to=guitar_alessandro@hotmail.com